Roteiro do episódio #61 – A Dança da Música Que Ninguém Ouve, do podcastNão Dá Para Desouvir, com Kaw Yin e Yan Yin:
O título desse podcast de hoje, se refere exatamente ao perfil comportamental de qualquer ser vivo que se veja como indivíduo.
Neste planeta, as relações entre os seres vivos são embasadas no medo e isso tem uma explicação, uma explicação sem razão, claro, mas que quando compreendida, permite transformar as defesas em abertura para a inclusão e inevitável gratidão desfazendo esse medo e abrindo as portas para o Amor que vem à tona naturalmente quando nos permitimos receber as dádivas de todos os relacionamentos com a Vida que está em todos e que pertence a todos.
Sim, isso ocorre na comunidade planetária e é claro na comunidade humana.
Nossa missão no mundo é nos livrarmos dessa prisão do medo que impede temporariamente a nossa comunicação e não permite que nos entreguemos ao reconhecimento de que não estamos separados e que não somos mutuamente ameaçadores nem adversários.
Dificuldade de comunicação
As relações humanas são permeadas de reservas mútuas que ninguém sabe como começou e nem como terminará e quando terminará, se é que se acredita que isso terá um fim, ou seja, que a esperança de que a Paz se instaure no planeta e nos relacionamentos de forma que a comunicação seja fluida e sem melindres, sem desconfianças, sem disputas, sem mal entendidos, sem defesas e sem ataques.
As relações humanas ocorrem com base em assuntos, em tradições, em hábitos e costumes, em rituais, em rótulos, em protocolos e incontáveis formas de superficialidades que escondem o que temos em comum que é o Amor e a Vida.
Estabelecemos palavras e nomes para todas as coisas desde as chamadas de concretas até as reconhecidamente abstratas. `Esses nomes parecem estabelecer a comunicação mas, ao contrário, traz uma equivocada sensação de que o que foi dito foi entendido pelo fato de se utilizar de nomes que parecem definir nossos objetos, nossos cenários, nossos sentimentos, nossas ações e, enfim, todas as coisas chamadas de materiais, mentais ou até espirituais, desde os assuntos mais corriqueiros ou burocráticos até os aspectos mais profundos da tentativa de compartilhar as perspectivas sobre a própria existência.
Somando tudo isso entre o medo e a falta de comunicação o que isso gera nos relacionamentos humanos é uma crônica e generalizada sensação de solidão, insegurança que isola as pessoas em uma incontrolável desconfiança justificada em julgamentos nascidos na não compreensão dos fatos, das expressões e dos sentimentos humanos.
Perspectivas individuais
Cada um observa o perfil comportamental do outro sob a sua própria perspectiva carregada de todas essas limitações e interferências no processo perceptivo.
Ninguém consegue ver a natureza ou a essência dos atos e dos comportamentos assim como a estrutura gerada pela história de cada um.
O que se nota é uma dança, expressões diversas que podemos perceber e interagir, só que quem assiste essa dança não tem a menor ideia de qual é a música que internamente está impulsionando ações e reações, até desconexas com o externo, mas totalmente ajustada com o ritmo, e as frequências internas que somente são ouvidas na mente de quem expressa, mas não dá conta de compartilhar o som resultante da orquestra dos seus pensamentos privados.
Suas expressões externas são como qualquer dança que podemos assistir, porém, não ouvimos a música interna que cada um ouve sozinho em sua própria mente.
Observar para compreender
A dança é uma forma de expressão, na qual o corpo, como instrumento, é utilizado para retratar uma sensação interna.
Portanto, podemos olhar para o mundo e assistirmos a uma grande sinfonia combinada com todas as notas internas e externas, a partir da qual cada um dança tal qual consegue ouvir, manifestando seus medos e seus pedidos de amor nas mais diversas e incontáveis formas de movimentos expressivos.
Podemos ver essa dança como uma forma de evidenciar ideias e sensações que podem ser comunicadas e compreendidas, sendo, dessa forma, uma importante expressão artística.
Como toda arte, pode ser utilizada como uma ponte para conexão entre as pessoas e também com o pensamento de Deus sobre suas obras vivas e seus pensamentos que, se compreendidos corretamente, trazem caminhos otimizados para a relembrança da unidade da mente e do espírito.
Essa dança da humanidade, como toda dança, é uma expressão de ação e de reação a estímulos internos e externos.
Através dos movimentos do corpo e de suas múltiplas formas de expressão, as estruturas e seus significados que compõe essa mente que comanda essas expressões podem ser vistas e compreendidas, mesmo sem ouvir o resultado da parte da sinfonia universal que está, a princípio, reservada em uma mente que se vê, temporariamente, separada.
Uma parte da sinfonia que é composta por movimentos internos que, se apresentados pelo corpo através de frequências chamadas de sonoras, podem ser captadas por mecanismos decodificadores desses movimentos colocados no ar e que já estavam ocorrendo internamente.
Esses movimentos, mesmo quando ainda internos, podem ser demonstrados através dessa dança, podendo expandir essa mente que parecia estar separada, gerando novas possibilidades de relacionamentos que impulsionam movimentos que podem ser vistos por mentes observadoras que decidiram receber, compreender e se comunicar.
Essa dança pode ganhar estilos convencionados e padronizados, mas, todos os movimentos que assistimos em todos os perfis comportamentais, podem, para quem quer ver sem julgar, ser recebidos com gratidão como a dança compartilhada de todos os seres que, sendo vivos, movimentam a mente que movimenta os corpos e produzem imagens, sons e movimentos que podem encher o nosso coração da alegria da certeza de jamais estarmos sós.
Uma certeza de que, todas essas partes da grande sinfonia universal e suas danças têm sempre o seu ritmo, o seu tempo, as suas frequências, mas que participam de uma grande expressão Universal, que pode ser compreendida por aqueles que realmente querem ver.
Podemos, então, diante disso, reclamar por não compreender a dança sem ouvir a música, ou agradecer pelas expressões que, como uma arte expressiva, nos conta como podemos interagir para dançarmos juntos nesse baile que termina nas portas do Céu onde Deus nos preparou a Grande Festa Real do contato pleno com a unidade da existência do Espírito.