Roteiro do episódio #222 – União, a Única Solução Consistente, do podcast Não Dá Para Desouvir, com Kaw Yin e Yan Yin.
Em tudo o que vemos no mundo e em todos os relacionamentos, podemos encontrar apenas duas possibilidades ou dois posicionamentos diante deles.
Essas duas possibilidades são duas possibilidades de utilização de tudo o que percebemos.
Ou nos utilizamos de tudo para unir ou para manter a ideia de separação.
Mas, o que significa isso?
Se observarmos tudo o que percebemos, poderemos facilmente notar que tudo nos mostra um contexto de coisas separadas e definidas em si mesmas como sendo algo ao qual temos que atribuir um julgamento sobre o que seja cada uma das coisas que se mostram como uma imagem que possui uma fronteira rodeada de um espaço vazio que a separa de qualquer outra imagem.
Tudo se apresenta dessa maneira, nos mostrando um cenário cuja realidade parece se garantir como real por si mesma, visto que está sendo vista dessa maneira por aquele que está, aparentemente vendo, sem poder duvidar de que está realmente vendo, pois consegue comprovar a sua realidade através de todos os componentes que podem lhe trazer possibilidades de perceber.
A percepção traz tudo e não deixa possibilidades de que o que é percebido seja questionado em sua realidade.
Sendo assim, percebemos esse cenário de coisas separadas e nos resta apenas definir o que devemos fazer com isso.
Porém, o que não nos damos conta é que tudo o que percebemos é uma forma de projeção do que já estamos pensando antes de percebermos as imagens, os sons e os movimentos que parecem nos chegar como surpresas que não pedimos para que estivesse ali, mas apenas percebemos, sem saber como esse cenário conseguiu se formar em nossa frente e nos cercar de elementos por todos os lados.
Apenas nos vemos inseridos dentro de um contexto e temos que aprender a lidar com ele e nos proteger de tudo o que possa significar alguma forma de ameaça.
Sendo um contexto de coisas separadas e fora de nós, não poderemos deixar de nos sentir separados também de tudo o que percebemos, e, a partir disso, nos resta apenas saber o que fazer com isso que está fora do que somos.
Diante disso, podemos então usar, possuir, desejar, sentir falta do que vemos mas não possuímos, podemos nos sentir ameaçados diante de algo que parece nos atacar direta ou indiretamente, agora ou no futuro e, se acreditarmos em um risco futuro precisaremos arquitetar um plano de defesa do que provavelmente virá, segundo os nossos julgamentos e previsões.
E tudo isso em um clima que se forma através de um contexto mental, no qual tudo é separado. Um contexto que reafirma a todo tempo que somos solitários e, ao mesmo tempo, autônomos em nossas decisões de construir um esquema que possa nos trazer garantias de que sobreviveremos a isso em condições pelas quais teremos que lutar para conquistar, conforme o que definirmos como condições satisfatórias ou não.
Obviamente, esse é um contexto no qual o medo não pode deixar de nos invadir porque tudo é incerto e, ao mesmo tempo, tudo depende de nossos acertos ou de nossos erros para que qualquer resultado possa ser chamado de: “deu certo ou deu errado”. Se deu certo, parece que fomos bem sucedidos em nossos projetos, mas se deu errado, somos culpados por isso ou temos que atribuir essa culpa a qualquer interferência externa ocorrida em nossos planos e, nesse caso, fomos, provavelmente vítimas dessa interferência nos trazendo uma sensação de injustiça que merece ser vingada para que a justiça seja feita.
Esse é o contexto, aparentemente inevitável de ataques e defesas, no qual lutamos sozinhos e buscamos melhores resultados segundo nossas avaliações e julgamentos também solitários.
Como poderemos reverter isso?
UNIÃO, A ÚNICA SOLUÇÃO CONSISTENTE
Mas, como podemos pensar em nos unirmos a outros que estão sentindo o mesmo medo, a mesma necessidade de defesa e a mesma sensação de falta que faz com que busquem agregar, a si mesmos, alguma forma de proteção que traga o que possa ser chamado de bem-estar ou de sucesso material, mental ou espiritual, sem mesmo saber ao certo o que é o material, o mental e o espiritual e como se relacionam entre si?
Tudo isso pode ser chamado de mentalidade da separação, onde tudo está separado e a solidão parece ser um fato.
Diante disso, como sentir segurança, como confiar e como estabelecer um propósito que nos permita sentir o que, na verdade, é o que nós mais procuramos, e que é amor?
Amor é algo que somente pode ser sentido e vivido na medida em que nos unimos e isso parece estar na contramão do mundo das coisas que percebemos como separadas.
Mesmo dentro desse contexto de coisas separadas, conseguimos experimentar relacionamentos que nos emocionam através do que sentimos e que nos lembra do amor que está em nós em algum lugar da nossa mente ou do nosso espírito e que vem à tona para nos emocionar diante de algum tipo de relacionamento, seja com uma pessoa, um animal, ou uma paisagem inspiradora.
Porque não conseguimos manter esse estado inspirado ou essa lembrança do amor e da união em todos os nossos momentos e em todas as nossas relações com tudo e com todos?
Essa é a resposta que precisamos encontrar. Esse é o caminho da elevação da consciência ou o caminho do autoconhecimento, o caminho da espiritualidade o caminho da visão da verdade sobre tudo e sobre si mesmo.
Esse é, na verdade, o caminho da união ou das respostas que unem. Esse é o caminho através do qual tudo pode ser de fato resolvido.
A união é a única solução para todas as questões em todas as espécies de relacionamento. Se queremos resolver todas as questões humanas e planetárias que envolvem todos os seres vivos que compartilham este mundo, temos que descobrir uma forma efetiva de alcançar a única solução que se chama: união.
Muitos caminhos existem como proposta para essa única solução, mas todos eles somente alcançarão o sucesso quando a união acontecer efetivamente. Portanto, precisamos ficar atentos em nosso caminho, seja ele qual for, para termos um mínimo de discernimento.
A base desse discernimento tem que ser: isso me une ao meu irmão ou me separa dele?
Essa é a medida para sabermos se estamos caminhando para o amor ou para o medo.
Todos são livres em suas escolhas e se encontrarão a partir delas.
Não há mais do que dois destinos. Ou estamos caminhando para o amor ou para o medo.
Ou estamos caminhando para o Céu da unidade ou para uma situação de medo que fica com cara de inferno.
Ou estamos caminhando para o amor que une todos os seres vivos que possuem uma única e inseparável vida, ou estamos mantendo as estruturas da separação.
Tudo o que une lembra o amor e tudo o que separa lembra o medo.
Precisamos escolher em nossa mente pela união e pelo amor e, todos que assim escolherem, se encontrarão no cenário correspondente à sua escolha. Escolher pelo amor é caminhar para cenários de amor e de união. Escolher pelo ataque e pela defesa é escolher pelo medo e viver no medo em cenários vistos a partir do medo. Da mesma forma, escolher no medo é escolher pela defesa e pelo ataque. Precisamos buscar o amor dentro de nós para escolhermos a partir do amor.
Se queremos viver no amor, precisamos buscar o amor dentro de nós e compartilhar esse amor com todos que Deus colocar em nosso caminho para que possamos juntos encontrar o caminho da união verdadeira. O amor está em nós. Somos todos amor e isso nunca vai deixar de ser assim. Precisamos apenas confiar no amor que somos e usar todas as ferramentas do mundo para trazermos esse amor para os nossos relacionamentos e para o mundo.
Precisamos nos unir em uma única oração a Deus para que nos ajude a nos mantermos conectados com o amor que herdamos de Deus e que se manterá em nós para sempre.
Oremos então ou façamos da nossa vida um estado permanente de oração a Deus. Uma vida devocional ao amor e a Deus.
Isso abrirá a nossa mente e nos trará a conexão com Deus, trazendo luz para o nosso discernimento e nos mantendo conectados com o nosso amor que é capaz de abranger tudo o que existe e não deixar espaço para nada que não seja o amor de Deus.