Roteiro do episódio #97 – Otimismo Consciente, do podcast Não Dá Para Desouvir, com Kaw Yin e Yan Yin.
Vamos falar hoje sobre porque é possível alcançar a felicidade que todos procuram e porque isso é inevitável.
Quando tentamos ser otimistas acreditando que tudo vai dar certo, será que estamos sendo realistas, ou estamos querendo acreditar em algo sem bases consistentes?
Será que é possível ter certeza que tudo vai dar certo, e ao mesmo tempo sermos realistas? Será que podemos ter uma referência realista do que é dar certo?
É sobre isso que vamos falar hoje e que vamos chamar de OTIMISMO CONSCIENTE.
Afinal, o que é que vai dar certo? O que é que podemos chamar de certo?
Vamos mudar esse conceito de certo para falar sobre o que é e o que não é, simplesmente isso.
É como se disséssemos, por exemplo: “quando alguém morre, esse alguém deixa de existir”, certo ou errado? Podemos simplesmente substituir certo ou errado por é isso ou não é isso, ou seja, é assim mesmo ou não é assim, ou ainda, isso é verdade ou não é verdade.
Se quando alguém morre esse alguém deixa de existir, então é isso mesmo, ou seja, a frase corresponde ao que é, e portanto a frase é verdadeira.
Porém, se quando alguém morre, esse alguém não deixa de existir, então a frase proposta não é verdadeira, ou seja, isso que foi afirmado não corresponde aos fatos, ou isso não é assim na realidade.
No mundo, ou na mentalidade humana, foram desenvolvidos muitos conceitos derivados de outros conceitos mais básicos que aumentaram muito a complexidade de coisas que, na verdade, são simples e óbvias.
Certo, errado, bonito, feio, bom, mau e um incontável glossário de termos que mais complicam do que comunicam ou resolvem algo.
Precisamos aprender a simplificar as coisas se queremos ser precisos, otimizados, coerentes e abrangentes em nossa visão de contexto.
Na verdade, todos os conceitos se ajustam em apenas dois: ou é ou não é.
Se é, é o que é, e nada mais do que isso. Tudo o que é, apenas é, e tudo que não é, apenas, não é.
Com base nisso, o que significam expressões como “ eu acho que é ou pra mim isso é assim” ? O que importa o que as pessoas falam ou acreditam ou acham sobre as coisas que apenas são o que são?
Mais importante que achar coisas sobre os fatos é saber o que são os fatos.
Diante disso, o que seria então OTIMISMO CONSCIENTE?
Otimismo consciente é a certeza de que o que é continuará sendo e o que não é será reconhecido como não sendo.
Isso eliminará todo tipo de conflito entre o que é e o que já foi pensado que fosse, sendo que cada um pensou coisas diferentes, sem correspondência com os fatos.
Além disso, o fato de pensar coisas sobre si mesmo sem correspondência com o que somos gera um conflito interno, visto que a ideia de ser o que não é fica gerando possibilidades infinitas de não ser, mas distraindo nossa mente do que somos.
O otimismo consciente é a certeza de que o que é será visto como sendo o que é, e podemos ter confiança absoluta de que o que é está a nosso favor, por ser tudo o que mais queremos, e tudo o que nos traz a paz por ausência de conflito.
Em todas as cenas, os fatos, tais como são, são portadores de tudo o que precisamos em cada momento e, o que não está na cena não está faltando.
Se tivermos essa certeza, não nos preocuparemos com julgamentos sobre falta ou carência de qualquer coisa, pois tudo o que precisamos para o desenvolvimento da visão realista, está ao nosso alcance todo o tempo e em todos os lugares onde nos colocamos para vivenciar nossas experiências.
Não se trata de um simples positivismo sem consistência, mas de uma visão realista, que coloca todas as coisas em uma disposição de pleno alinhamento com a necessidade que temos em cada momento em cada fase do nosso aprendizado.
Aquele que é conscientemente otimista está, simplesmente, vendo que tudo está perfeitamente ajustado e que isso não é discutível. Se há desconforto é porque você não está suficientemente aberto e disponível para aprender e para usufruir de tudo que as cenas estão oferecendo para a otimização do caminho de todos.
Confiar nisso é a base para poder ver tudo o que pode ser visto exatamente como é, pois não confiar nisso é apenas não saber que isso é assim e, em estado de não confiança de que isso é assim, nosso sistema de percepção passa a tentar controlar as ocorrências, buscando garantir que tudo saia de forma a ser aprovado e reprovando tudo que parece ameaçar metas antecipadamente estabelecidas sem visão sistêmica.
Nesse momento, o sistema de percepção entra em estado de defesa, rejeição e medo, o que impede a visão dos fatos como realmente são.
Resumindo, o otimismo consciente começa na confiança de que tudo está no seu lugar e caminhando para um momento em que todos verão todos os fatos como realmente são e esse será o momento do fim de todos os conflitos.
Confiando ou não, isso é assim. Confiando você não se defende, não se defendendo você não rejeita. Não rejeitando você recebe. Recebendo você vê. Vendo você compreende. Compreendendo você se contextualiza, se contextualizando você transita conscientemente pelos caminhos mais fluidos, reconhecendo as dádivas ali existentes. Reconhecendo as dádivas ali existentes, você sente gratidão.
A partir dessa gratidão a sua sensação será de puro e verdadeiro otimismo, pois você, naturalmente, inclui tudo o que chega e, incluindo tudo o que chega, você compartilha a sensação de pertencimento. A partir da sensação compartilhada de pertencimento, a sensação de solidão começa a desaparecer. Na medida em que a solidão começa a desaparecer, você começa a sentir que isso tem a ver com a sua natureza, e você começa sentir que essa nova sensação é a sua bússola.
Essa nova sensação é o real e consistente otimismo, que vai fazer com que você queira compartilhar cada vez mais e isso vai aumentando e o medo vai desaparecendo e vai dando cada vez mais espaço para a consolidação da confiança em todos, confiança na vida, confiança na perfeição de todas as cenas e confiança em Deus.
Esse é o processo que nos leva para a realidade na qual somente o amor existe e na qual a paz e a felicidade são a única possibilidade em unidade com todos e com Deus.