Roteiro do episódio #63 – Personalidade – O Personagem Onde Me Escondo, do podcast Não Dá Para Desouvir, com Kaw Yin e Yan Yin:
Hoje vamos olhar para um assunto extremamente comum, que é Personalidade.
Porém, vamos falar por um viés um tanto incomum, que é: PERSONALIDADE – O PERSONAGEM ONDE ME ESCONDO
Incomum por ser algo que as pessoas simplesmente não sabem que é assim.
Então vamos explicar….
Personalidade traz, para todas as pessoas, um efeito que mantém a Verdade sobre a Vida estrategicamente escondida, fazendo de conta que existir é uma condição na qual todos que vêm ao mundo, nascem apenas para crescer, reproduzir e morrer após um exercício inútil de tentar evitar esse fim, que todos têm total certeza que será o seu também.
A Vida, em sua verdade, é única, perfeita, eterna, não nasce nem morre e está sempre presente, não tendo passado nem futuro e sendo apenas a representatividade do amor que abrange tudo o que realmente existe em uma instância muito além do tempo. Mas a Personalidade, que é o assunto de hoje, foi inventada justamente para esconder essa verdade sobre a Vida. Esconder a Perfeição da Vida que pertence a todos.
Quando alguém para pra pensar sobre questões tipo: quem sou eu, de onde eu vim, para onde eu vou e o que eu estou fazendo aqui, as respostas ficam, no mínimo, muito difíceis de responder com precisão e total segurança de não estar enganando a si mesmo ou mentindo conscientemente a quem quer que seja dirigida a resposta.
Mas, quando você é chamado a se apresentar em alguma situação e falar mais alongadamente sobre você, a sua mente vai para outro lugar e as respostas são rápidas e bastante detalhadas, preenchendo um quadro de características que você anuncia como o que te define socialmente nos mais diversos cenários nos quais se pretende desenvolver relacionamentos de qualquer tipo.
Personalidade X Sabedoria
Há uma série de quesitos que você acredita que fazem a sua representatividade no mundo:
Seu nome, gênero, onde você nasceu, quantos anos você tem, quanto você tem de peso e de altura ou quais são as medidas do seu corpo, qual é o seu signo, qual é a sua formação, em que você trabalha, quem são seus pais, seus avós, seus irmãos, seu estado civil, seus filhos, seus amigos, seu gosto pessoal por música, leitura, artes em geral, seja como consumidor ou como executor dessa arte, seu perfil comportamental, seus planos para o futuro, seu status profissional e muitas outras respostas que você pode dar tentando definir quem é você.
Mas porque tanta diferença entre as duas situações que, se levadas a sério, teriam que ser respondidas com uma única e mesma resposta que também não seria personalizada, mas seria a resposta que contém a Verdade que pertence a todos e que expressa a verdade sobre a natureza de todos que é a mesma pois todos têm a mesma origem e, por decorrência, todos têm os mesmos eternos atributos.
Aqueles que responderam essas questões, ou que assumiram a única resposta que serve para todos, foram considerados iluminados e diferenciados muito embora a sua descoberta tenha sido a unidade e a igualdade entre todos.
Todos que assumiram a Verdadeira resposta assumiram a mesma representatividade da Vida que é única.
Quem não assumiu, continuou a se ver como diferente de todos que também não assumiram e diferentes também daqueles que assumiram. Quem se vê diferente, se vê diferente, inclusive, daqueles que não reconhecem diferenças porque não veem diferenças levando em conta a Verdade de que elas não existem.
Isso é curioso, porque se quem não assumiu esse estado iluminado considera os iluminados diferenciados por sua maior consciência, por que não adotam a visão dos iluminados como referência da Verdade e, adotando, passam a se engajar no mesmo propósito de Vida que os colocariam em pleno estado de devoção à Verdade, a todos e a Deus?
Na verdade, quem ainda não adotou a Verdade que os chamados iluminados viram, estão ainda confiando mais em suas próprias interpretações sobre a Vida e sobre os fatos do que nos legados deixados por esses sábios.
Se assim não fosse, adotariam totalmente suas instruções, mesmo não compreendendo, e como já foi dito: “felizes os que creram e viram”.
Mundo: o complexo das personalidades
O nome desse complexo evento de personalidades que tentam esconder a verdade sobre a Vida é – MUNDO – que também pode ser descrito como: a tentativa de fazer uma nova realidade a partir de personalidades, que competem entre si e tentam protagonizar e dirigir um filme onde todos estão inseridos como coadjuvantes e figurantes que, sem saber disso, também dirigem, cada um, o seu próprio filme.
Cada protagonista e diretor do seu filme dá a cada coadjuvante ou figurante o perfil do personagem que ele próprio projetou para atender às suas próprias metas personalizadas.
É um cenário no qual, todos são diretores do filme que inventam e percebem à sua própria maneira, mas mesmo sendo diretores e protagonistas do seu próprio filme, também servem de personagens de todos os outros filmes personalizados, cujos roteiros diferem dos seus, mas todos os filmes se entrelaçam e convergem no pacto de continuar sonhando com filmes que, em nada, se parecem com a realidade da Vida criada por Deus.
Esse é o cenário onde a Vida se esconde por detrás de personalidades, assim como disse Sheakespeare, “o mundo é um palco, homens e mulheres, simples personagens, entram e saem, cada um ao seu tempo”.
São personalidades que parecem ter se tornado reais, principalmente por serem personagens revestidos de uma imagem que chamamos de corpo, com o qual você se identifica totalmente e acredita que se transformou nisso, e que parece ter se tornado a própria vida. Uma vida que parece estar dentro do corpo, cada uma com sua própria personalidade que define o seu próprio universo particular e suas leis individuais a partir de valores, significados e metas individuais.
Aqueles que foram chamados de iluminados apenas desistiram de suas personalidades e dos filmes inventados por elas. Adotaram, então, a Verdade sobre a Existência e assumiram o incorruptível compromisso de ver a Verdade sobre tudo e adotar uma única meta que é o retornar à Realidade da Existência em Unidade com todos e com Deus.
Essa é a única temporária diferença entre personalidades iludidas e iluminados realistas.
É uma diferença temporária porque assumir a Verdade é algo inevitável. Afinal, Livre-arbítrio não significa definir o currículo da Verdade, mas, simplesmente, decidir quando fará isso e com qual nível de resistência, sacrifício e mal-estar, até se convencerem que a sua própria realidade é tudo o que sempre quiseram mais que tudo, mas se confundiram entre desejos da personalidade e a Real Vontade do seu próprio e Verdadeiro Ser, cuja vontade nunca foi diferente da vontade do seu Criador.
Aliás, sempre que é falado “Seja você mesmo”, ou que você pensa: “Eu quero ser eu mesmo”, do que está sendo falado?
O que é “Ser você mesmo”?
A única maneira nos sentirmos verdadeiros em nossa atuação no mundo é agirmos a partir do que Realmente Somos. Quando agimos a partir de uma personalidade, uma persona, nos sentimos falsos e com baixa autoestima. A estima por si mesmo diminui, por que você não gosta de se esconder atrás de um personagem, fica uma sensação de discordância de si mesmo, e de autotraição.
Então, pode ter certeza: Tudo o que você não gosta em você é o que você não é. Tudo o que você É, você ama e admira. A elevação da autoestima que todos buscam só é possível quando você recupera a lembrança de quem você É e atua a partir da sua Real Identidade.
O nosso papel neste mundo, como quem decidiu pela Verdade e, portanto, decidiu sair do esconderijo, é buscar conhecer e se lembrar da sua Real Identidade ao ponto de discernir entre o que é a personalidade que você inventou e o que é você de Verdade.
E assim, vamos trabalhando nesse Plano Divino de resgate da verdadeira identidade de todos no caminho de volta para a única realidade que sempre esteve e sempre estará presente, independente de ser vista ou não por olhos distraídos com ilusões personalizadas.