Já passou pela sua mente que o fim dos conflitos está atrelado ao alinhamento a uma visão universal sobre a vida, sobre o mundo e sobre si mesmo? E que necessariamente passa por reestruturar as bases do pensamento? Ou ainda parece que há questões pontuais para serem resolvidas, e quando elas forem, a felicidade será alcançada?
Pois é, por mais que a gente estude, leia sobre, ouça falar de uma tal unidade vinda de uma existência compartilhada, a impressão que dá é que se eu entender isso intelectualmente, considerar as pessoas a minha volta, e melhorar a minha sensação interna, isso basta para viver absolutamente em paz. Só que aí essa paz não se sustenta, há ideias das quais ainda discordamos, e em algum momento, uma sensação incômoda pode se apresentar. Por que isso acontece?
Porque a base na qual nossos pensamentos estão estruturados ainda não mudou. Por mais que se compreenda a verdade, a unidade, e se treine viver mais em paz, enquanto a base da estrutura do pensamento não muda – e ela ainda está em cima de ideias equivocadas sobre a existência, o que não é traz a possibilidade de sentirmos sensações estranhas ao que nos é natural.
Portanto, para fazermos mudanças efetivas, e trazer soluções a partir de uma reestruturação em nossas vidas, precisamos abrir a mente para conseguir viver a partir de uma nova base verdadeira.
Um começo dessa mudança é buscar premissas indubitáveis para olhar para as coisas, como por exemplo, a nossa existência. “Isso significa que, independente do que penso, do que percebo, do que acredito que seja real, independente de qualquer tipo de discernimento ou de falta de discernimento, eu existo. Se existo independente do que penso, então eu não sou o que penso, mas sou o pensador, que é alguma coisa que tem os seus próprios atributos”, disseram Kaw Yin e Yan Yin, fundadores da Coexiste, durante o programa A Verdade Está No Ar, que trouxe o tema Mente Aberta e Reestruturação.
Mesmo que essa base já tenha sido dita muitas vezes, é necessário ficar com isso em mente para olhar pra tudo a nossa volta, e compreender profundamente isso. E é nessa que a gente se perde. Porque a informação é recebida, mas não completamente entendida.
Partindo dessa premissa, podemos considerar que não precisamos ter opiniões sobre isso, pois o que é, é, independente do que cada um pensa a respeito.
Conhecer em profundidade o que existe, e o que é real, é a nova base que precisamos buscar. Se paramos para olhar pra esse assunto, é fácil compreender que a nossa existência é perfeita, e é alegre, pois, se assim não fosse, não haveria saída para isso. Afinal, o que é não muda, e não dá para considerar que a Fonte dessa existência tenha feito algo imperfeito.
A partir daqui, a sua cabeça pode começar a dar um nó, e até rolar uma forte vontade de discordar, afinal, ao ler que a sua existência é perfeita, logo vem na sua mente alguns bons motivos que provam que você não está achando a existência perfeita.
Mas lembra que o que é não depende do que você pensa? Então. É sobre isso. O que também não quer dizer que precisamos aceitar sem compreender, pelo contrário, se não estamos vendo que as coisas são assim, precisamos buscar ver para compreender isso profundamente. Por isso considerar as bases realistas.
Pois hoje, o que acontece, é que vivemos com base no que pensamos, e cada um pensa a partir das suas bases e premissas particulares, e percebe as situações, as pessoas e o mundo a partir dessas bases. E essas ideias acabam sendo mais importantes do que nossa existência em comum.
“Se o que resolvemos pensar que somos precisa de correção para que possamos ver a perfeição que somos, então precisamos questionar o que pensamos. Se precisamos questionar o que pensamos e se o que pensamos é resultado de uma história com raízes muito distantes, profundas e que já deram frutos incontáveis, precisamos rever todos os conceitos em toda a história que, se foram embasados em equívocos, podem ter se proliferado e construído delusões muito profundas que hoje podem ser uma base equivocada para tudo o que estruturamos em nossa mente e em nossos projetos. Se não estamos alegres e felizes e nossa realidade é perfeita, temos que resgatar nossa alegria e nossa feliz forma de viver em perfeição”, apontaram Kaw Yin e Yan Yin durante o programa.
Para resgatarmos, então, a nossa forma feliz de viver em perfeição, fica claro que será necessário uma reestruturação de todos os conceitos, para todos. E para alcançarmos essa visão, precisa ser algo fora do que estamos acostumados a pensar. Daí a importância de manter a mente aberta, tanto para poder se relacionar, e se dispor a encontrar a verdade, e ao treinar isso, nos abrir para a inspiração, para buscar uma visão com Deus sobre que os fatos são.
“Se adotarmos um posicionamento isento e puro, poderemos passar a objetivar nossas buscas e descobrir novas formas mais otimizadas de utilizarmos o tempo, o espaço e os recursos sejam eles tangíveis ou intangíveis, assim como todos os nossos relacionamentos. Poderemos ver que, indubitavelmente, a função de tudo e dos nossos relacionamentos é corrigir todos os nossos equívocos que formam barreiras que impedem que tenhamos contato com a realidade da nossa existência que se resume em simplesmente amor, cuja natureza não tem opostos, nem limites”, incentivaram.
E quais conceitos precisam ser revistos?
Alguns dos conceitos básicos foram explicados pelos consultores existenciais durante o programa.
“Acreditamos que nascemos para morrer e que estamos sujeitos a todo tipo de vulnerabilidades, dentro de uma perspectiva de longevidade de um corpo finito e limitado que possui um cérebro que armazena e processa dados que chegam através de um sistema seletivo de percepção, nada isento. Um sistema de percepção que pode interpretar tudo conforme interesses estritamente pessoais e que geram, inevitavelmente, conflitos pelo fato de que, cada um tem a sua própria, exclusiva e individual interpretação de qualquer fato. A partir disso, todas as relações sociais, culturais, profissionais, familiares, sejam elas formais ou informais, estarão sempre conectadas com fatores gerados por uma condição individual e diferenciada que não será nunca absolutamente afim com qualquer outra, o que nos dá a, também, inevitável sensação de solidão”, explicaram.
A saída para isso está em nos unir, em nos aceitar, e nos relacionar. Querer ouvir cada um na certeza de que compartilhamos a mesma existência, e juntos podermos chegar num consenso sobre tudo isso, a partir da verdade sobre nossa existência e assim, viver a partir delas.
“Por que não nos darmos as mãos pra trabalhar juntos no que nos une, eliminar o que nos separa. O que nos separa são só ideias, ideias que não são reais. Pensamentos reais são unificados, pensamentos de unidade. Os pensamentos separados, divergentes não têm consistência real para durar, eles vão sumir. Que tal trabalharmos juntos para que a gente possa eliminar tudo que não é verdade e que parece nos separar, mas não separa?”, disse Kaw Yin.
“Vamos meditar, orar, pedir a Deus, que esteja em todas as nossas relações, todos os consensos. E aceitar todos os nossos irmãos que, sem exceção, trazem cada um deles, consigo, os potenciais imprescindíveis para essa conversa universal em busca da verdade e da paz de Deus”, concluíram.
Para entender do que se trata essa reestruturação conceitual assista na íntegra: