Roteiro do episódio #80 – O que é a incerteza?, do podcast Não Dá Para Desouvir com Kaw Yin e Yan Yin.
Estamos aqui novamente, e dessa vez pra falar de um tema que talvez você não tenha tanta consciência do quanto sente isso nos seus dias.
Você percebe no seu dia a dia que tudo é incerto?
Você não tem certeza de nada, não tem certeza se vai conseguir manter seu emprego ou sua empresa, não sabe se vai conseguir pagar suas contas, não sabe se vai manter seu relacionamento, ou se vai ficar sozinho (as pessoas têm muito medo de ficar sozinhas), não tem certeza de que está fazendo a coisa certa ou entrando numa roubada, não sabe muito bem que rumo tomar, não tem certeza de como deve educar seu filhos, não sabe como lidar com suas relações de trabalho, não tem certeza de que não está doente, tem a sensação de que qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento… inclusive, pode morrer a qualquer momento.
Pois é… Aquela sensação de que tudo é muito incerto.
Complicado viver assim, né? Viver na incerteza é viver no medo.
Será que existe um outro jeito de viver?
Então, se você está cansado da sensação de incerteza que permeia os seus dias, antes de mais nada é preciso entender que sensação é essa e de onde ela vem.
Afinal, O QUE É A INCERTEZA?
Esse é o nosso tema de hoje!
Incerteza é o mundo da percepção individual.
Costumamos olhar as incertezas como se fosse algo que varia de acordo com o contexto de cada momento, tanto individual como coletivamente quando as incertezas parecem ser generalizadas em uma cidade, em um país ou no planeta.
Certos momentos deixam mais claro o nível de incerteza vivido pelos seres humanos que coabitam este planeta mas, será que as incertezas são ocorrências relativas a instabilidades pessoais ou globais que ocorrem em determinadas circunstâncias?
Será que, se olharmos profundamente para nossas incertezas, não vamos descobrir que sempre estiveram acompanhando todos os seres vivos em todos os momentos da história planetária?
Será que não seria oportuno, em momentos de aparente maior instabilidade, tentarmos descobrir a raiz da incerteza, independente de qual a justificativa que arrumamos em cada momento para justificá-la?
Será que essa resposta não foi sempre deixada para o futuro, gerando uma adaptação forçada para conviver com a incerteza e torná-la inerente à vida de todos que se veem como mortais?
Será que realmente a incerteza faz parte da vida ou é inevitável quando nos esquecemos da vida na qual as incertezas são impossíveis?
Onde há incertezas há também o medo e, da mesma forma, será que o medo faz parte da vida ou, assim como a incerteza, somente aparece quando nos esquecemos da vida?
Como sair da incerteza?
Incerteza é dúvida. Dúvida é ausência de resposta.
Ausência de resposta é ausência de pergunta.
Ausência de pergunta é não aprofundamento em busca da visão dos fatos.
Se levarmos isso definitivamente a sério, poderemos alcançar níveis de resposta que possam, enfim, nos colocar em um estado de escolha consciente, no qual a fidelidade com a definitiva resposta falará mais alto que todos os problemas do mundo.
Será a partir da definitiva resposta, que todas as outras respostas circunstanciais ganharão um outro entendimento, na certeza de que todas as respostas são, na verdade, a mesma e única resposta.
Não seria possível continuar com tantas incertezas se, em toda a história, a humanidade não tivesse considerado a incerteza como inerente à vida.
Se a incerteza é inerente à vida, as variações estarão apenas em aparentes níveis de incerteza que, assim como a única resposta, é também a única incerteza e suas derivações que jamais serão resolvidas sem retirarmos a raiz da incerteza, que é a própria ideia de que a incerteza é possível na realidade.
Seria a vida incerta?
Teria a vida sido criada no âmbito da incerteza?
Quando nos percebemos inequivocamente possuidores da vida em nossa existência, podemos também, facilmente, ver que não criamos a vida que possuímos.
Há, inegavelmente, uma fonte dessa nossa vida, que costumamos chamar de Deus.
Haveria incertezas na vida de Deus ou haveria incertezas no ato criativo de Deus, quando criou a nossa vida?
Seria Deus uma fonte incerta de criação?
Teria Deus criado o que é incerto, mutável e mortal?
Se o que Deus criou não é incerto é porque não é mutável e, não sendo mutável, não é também mortal.
Enquanto não olharmos para isso até que vejamos que isso é assim, carregaremos a incerteza conosco, pois o caminho para a morte certa, sem saber quando exatamente, é um caminho inevitavelmente incerto.
Se isso está em nossas convicções ou em nossas crenças, ou em nossos pensamentos mais profundos, será inevitável que esses pensamentos gerem frequências que nos conectem com cenários que confirmarão essas instabilidades ou incertezas e consideraremos todas elas como sendo cenários da nossa realidade incerta.
Mas se admitirmos que somos criação eterna e imutável de Deus, buscaremos, em Deus, a resposta para todos os cenários que se projetam diante da nossa percepção e, antes de qualquer julgamento baseado na incerteza, pediremos a visão de Deus sobre tudo o que nos chega como oportunidades de respostas que nos levam à resposta última, única, perfeita, que a tudo abrange e que não deixa espaço para incertezas.
A resposta última é a visão da verdade do que somos e, a partir do que somos, não mais confundimos existência com pensamentos pois, incertos são apenas os nossos pensamentos, que em nada alteram a realidade, na qual o incerto não existe. A existência está em Deus e Deus é o estado imutável de Amor.
Esse é o estado que desfaz o medo e que permite ver tudo com nitidez e a partir do qual tudo é caminho, tudo é ferramenta e a meta é uma só: a unidade entre todos e com Deus no perfeito e eterno estado do espírito que, no perfeito usufruto de uma única mente criativa, retorna ao estado co-criativo na realidade, em cuja instância, o limite e a incerteza simplesmente não existem.
Sendo assim, diante das aparentes incertezas de todos os cenários, antes de qualquer julgamento baseado no medo, vamos nos lembrar de Deus e pedir por sua resposta, que traz todas as respostas em todos os momentos do caminho e que transforma todas as incertezas em gratidão e amor, na certeza de um final feliz chamado realidade.